«———————————————————»
MÚSICAS
«———————————————————»
‡◊====‹‹====‹====«»====›====››====◊‡
‡ «—•˚|| Todas as músicas ||˚•—» ‡
‡ «—•˚|| por Filipe Rizzo ||˚•—» ‡
‡◊====‹‹====‹====«»====›====››====◊‡
««—«—«—«—«—«˚•▼•˚»—»—»—»—»—»»
«≈«•»≈≈«•»≈≈«•»≈≈«•»≈≈«•»≈≈«•»≈≈«•»≈»
«———«
• s i n g l e •
»———»
REFRAÇÃO
«≈«—≈•=—=•≈—»≈»
«———————————————————»
E as horas que eu passei
Nadando em vão nas ondas
Sem nenhuma direção
E as vidas que eu plantei
Desmancham na areia
Somem os sonhos na refração
O preço da minha alegria
E o meu desejo é libertar
Meu desconforto
É desespero infernal
E eu sou mera engrenagem
Esmagado nas ferragens
Dos capitais
Vendendo meu ideal
O preço da minha alegria
E o meu desejo é libertar
Roubaram minha brisa
E eu tive que inventar
De novo a minha vida
E mesmo que eu não entenda
Só Sísifo explica
E eu continuo a rolar
«———————————————————»
‡≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈‡
‡‡|| 22 de Abril, 2024 ||‡‡
‡≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈‡
˚·•«——————˚•·▼·•˚——————»•·˚
˚•˚•˚
«———«
• s i n g l e •
»———»
LUNAR
«≈«—≈•=—=•≈—»≈»
«———————————————————»
Sou nuvem do passado
Desfaço as gotas da chuva
Que derramo em quartos frios
Despidos de brilho
E eu frito sozinho
Embalam nas rochas as ondas
Quebrando em espumas no ar
Me visto em delírio
Num movimento lunar
Das flores, espinhos
Entretanto eu resisto
Enfurnado entre vídeos
Repito caminhos
Insisto em teus lírios
Embalam nas rochas as ondas
Quebrando em espumas no ar
Me visto em delírio
Num movimento lunar
Num movimento lunar
«———————————————————»
‡≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈‡
‡‡|| 06 de Fevereiro, 2024 ||‡‡
‡≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈‡
˚·•«——————˚•·▼·•˚——————»•·˚
˚•˚•˚
«———«
• s i n g l e •
»———»
DENTES
«≈«—≈•=—=•≈—»≈»
«———————————————————»
Se eu me perder nas brumas
Do teu falar
De nada em particular
Só vou escutar
Com os dentes na língua dar
E vai com os dentes na língua dar
Sem pensar, com os dentes vai
Na língua dar
E rendeu a bela bronca
E a vergonha
Dissipa o véu e distorce no calor
Foi-se o tempo, agora vai!
Com os dentes na língua dar
E vai com os dentes na língua dar
Sem pensar, com os dentes vai
Na língua dar
«———————————————————»
‡≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈‡
‡‡|| 08 de Janeiro, 2024 ||‡‡
‡≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈‡
˚·•«——————˚•·▼·•˚——————»•·˚
˚•˚•˚
«———«
• s i n g l e •
»———»
GOL QUADRADO
«≈«—≈•=—=•≈—»≈»
«———————————————————»
Num mar de gente
Meu corpo não sente
Sequer me desmente
Me sobe o pavor
Sozinho de frente
Ao meu maior predador
Numa órbita estrelar
Sigo ilha inundando
Perdida entre os planos do motor
As ondas quebram
Nas pedras
E eu só corroo
Desfaço em lodo
Sozinho de frente
Ao meu maior predador
Numa órbita estrelar
Sigo ilha inundando
Perdida entre os planos do motor
«———————————————————»
‡≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈‡
‡‡|| 11 de Setembro, 2023 ||‡‡
‡≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈‡
˚·•«——————˚•·▼·•˚——————»•·˚
˚•˚•˚
«———«
• e p •
»———»
|—°·•_ REVERB _•·°—|
«•————«•»————•»
«———————————————————»
CEMITÉRIO DA LAPA
«—————»
Nenhuma espécie a vista
Você na sua brisa
E toca aqueles sons de novo
Te quebrando inteiro de novo
Penas queimadas de anjos caídos
Que dançam em linhas elétricas
Numa festa em algum porão
A discoteca da morte na tua visão
Todos os meus dias em horas quebradas
Derrotando inimigos irados
Explodindo sonhos em petardos
Inflamando corações rasgados
Meu sorriso é inverno, deserto
Meu coração em brasa é carvão
Mangues e pântanos no meu pulmão
E tempestades nos telhados das casas
Natureza morta na minha parede
Vai um dia apodrecer em nada
E do sabão na minha boca
Pra lavar esse gosto com lava
Todos os meus dias em horas quebradas
Derrotando inimigos irados
Explodindo sonhos em petardos
Inflamando corações rasgados
«——————————————»
PARE!
«—————»
Me disseram que eu tava numa pior
Mas minhas asas se formavam
E meus sonhos fermentavam
Eu morava no pé do morro e pensava
Em como voar, sair, revolucionar
O meu próprio reflexo em sonho
Repito um grito, instinto me guia
Me arrepia a nova brisa que me livra
Pra frente, vanguarda, pra cima
Ninguém vai poder parar
Força atômica nuclear
Micélio transcontinental
Transporte ultradimensional
Sorrisos perdidos em dias nublados,
Os beijos sonhados desfeitos em pedaços
De bolos, transtornos, um novo sufoco
Desfeito pelas minhas sinas
Distintas onde deito as lamas
Dos dias perdidos entre latas e vidros
Fui ferido por tiro amigo
Narcíso afogado no sangue escorrido
E eu rio
«——————————————»
GLACIAL
«—————»
Agora é tarde, a cova aberta
Eu vejo o caixão real descer
As pás de cal, estátuas de sal
E eu vou fugir de quem é opaco
Meu brilho é prisma, não dá pra tapar
Com o gelo, o sol e a areia vão sumir no tempo
E o templo maldito que construiu
Ruirá na verdade que eu grito
(Glacial)
Me jogue aos leões
Jogado num coliseu
Me virando do jeito que deu
Dos meus anos todos, sumido
As cinzas, os pêlos, os medo
Meu abismo refletiu
Minha asa presa se solta
E eu vivi pra me ver voar
Mesmo se eu não te ter, vou sonhar
(Glacial)
Me jogue aos leões
«——————————————»
MUSGO
«—————»
Sombrio chão coberto de sal
Meu olho derrete em ferrugem em mim
Eu não consegui enxergar além do véu
E a lâmina derrama minha alma
Enquanto eu desabo do céu
Minha alma derrama em reverência
Às lições que eu não esqueci ainda
E que eu não vou deixar escorrer
Mesmo assim eu sei
Minha paz eu levarei
Pra onde eu nem sei
Mas me levantarei
Os sinos me avisam
Da hora de olhar pro escudo
A cabeça reflete, o golpe sai
Medusa decepo e enfim vem a glória
E a batida na porta da frente
Me desperta e eu fujo de mais um gatilho
Da violência, a possibilidade
De fazer da cicatriz meu lampejo
Cheio dos meus freios rompidos na ladeira
E vivendo finalmente quem sempre fui
Mesmo assim, eu sei
Minha paz eu levarei
Nem vou saber bem
Onde eu chegarei
Pra onde eu nem sei
Mas me levantarei
«——————————————»
‡≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈‡
‡‡|| 4 de Agosto, 2023 ||‡‡
‡≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈‡
˚·•«——————˚•·▼·•˚——————»•·˚
˚•˚•˚
«———«
• s i n g l e •
»———»
TETRAMINÓS
«≈«—≈•=—=•≈—»≈»
«———————————————————»
As camadas de tinta descascam
E por baixo a tua fundação
Do que te pintaram até um dia perceber
Que aquele tom não era você?
E quantos planos
Depois de tantos anos
Lá vem descendo
Os tetraminós pros tetris todos
Que eu vou fazer
Como uma tela antiga pendurada
E por baixo outras canções
Escondidas entre tensões
Dos mesmos crias de frações: revoluções
«——————————————»
‡≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈‡
‡‡|| 16 de Junho, 2023 ||‡‡
‡≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈‡
˚·•«——————˚•·▼·•˚——————»•·˚
˚•˚•˚
«———«
• s i n g l e •
»———»
DIÁLOGO
«≈«—≈•=—=•≈—»≈»
«———————————————————»
Não quer ser como vocês
Mas também é nada além
De gelo e sua órbita em seu umbigo
Cristais em teus olhos
Viram facas atiradas
Em quem quis construir história
A mão estendida foi um cacto
Cheio de traumas se quebra
É mais um novo ciclo de batalhas
Tua sombra deixa marcas
Em quem só quis teu bem
E quis além de mediocridade
Quando enxerguei verdades
Só sobrou desprezo na vaidade
Do teu sorriso falso
Que me arranca pedaço
E é só mais um percalço
Na minha biografia de flores mortas
Fumaça é o que sobrou
E o arrepio é de terror
Em quem seu destino derramou
«——————————————»
«——————————————»
‡≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈‡
‡‡|| 23 de Março, 2023 ||‡‡
‡≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈‡
˚·•«——————˚•·▼·•˚——————»•·˚
˚•˚•˚
«———«
• e p •
»———»
|—°·•_ BAGAGEM _•·°—|
«•————«•»————•»
«———————————————————»
DESÁGUA
«—————»
Da ilha vazia que encalhei
Restaram minhas promessas vazias
Sem vasos de flores
Zero amores, pavores
Ficam os nós falsos que desato e desabam
Na tese pesei meu tear de flores
Harpas e meus temores
Flerto com a verdade e as dores
Das coisas que só eu vi e mais ninguém
Queria desaguar em amores
Inundar de belezas iguais museus, romances
Boas notícias é o que eu mais queria
Mas esperar é querer demais
Se não fizer, nada atrai
«——————————————»
ENFIM
«—————»
São as vozes que ouço
Do passado gritando
Presto atenção mas sou só eu
Descalço, gritando
Na areia sou um só
Com o mar, com você
Não sou mais ninguém
E quem eu deveria ser?
Me roubo o prazer de tentar ser
Meu próprio amor, meu próprio terror
Mas vou cantar mesmo assim
Parte de mim morre mesmo assim
Todo o meu ódio morre mesmo assim
E enfim sou o mar...
«——————————————»
DESERTO
«—————»
É a saudade o que me corrói
Coração de ferro, maremoto de canções
Então me assumo parede
Faço a reverência
Altar dentro do mar
Me afogo no sonho por uns dias
Volto uma constelação
E quando enfim os teus olhos encaro
Lá no fundo
Eu encontro um deserto
«——————————————»
TRALHAS & TRAPAÇAS
«—————»
Pinto de cores as letras
E me mancho de amores
Da minha dureza e do meu casco
Reparam no ato
Eu finjo e não encaixo
Vou de fato atrás das lendas
Matar alguns dragões
Histórias e legendas
As vendas desabam
E na tela um palavrão
Entre tralhas e trapaças
Vida que segue
Na terra arrasada, atrasada e insana
São as mesmas misérias
E eu só quero mais
Ter mais o que sorrir
Me livrar das almas ruins
E brilhar e brilhar e brilhar!
«——————————————»
‡≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈‡
‡‡|| 1 de Fevereiro, 2023 ||‡‡
‡≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈‡
˚·•«——————˚•·▼·•˚——————»•·˚
˚•˚•˚
«———«
• s i n g l e •
»———»
GRAÇA
«≈«—≈•=—=•≈—»≈»
«———————————————————»
E não tem efeito
Parece com placebo
Todo mundo tem defeito
Evoluir é um desejo
Vou viver em estado de graça
Ninguém vai poder dizer o que eu vou ser
E não foi bem feito
Meus anos eu revejo
Fantasias de remendos
Revivo todo pleno
Vou viver em estado de graça
Ninguém vai poder dizer o que eu
Vou viver em estado de graça
Ninguém vai poder dizer o que eu vou
«——————————————»
‡≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈‡
‡‡|| 24 de Abril, 2022 ||‡‡
‡≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈‡
˚·•«——————˚•·▼·•˚——————»•·˚
˚•˚•˚
«———«
• s i n g l e •
»———»
ESTÁTUAS
«≈«—≈•=—=•≈—»≈»
«———————————————————»
Nas pedras das casas
Os olhos vazios das estátuas
Refratam a vida que sou
Reflito a linha e o tom
E quem eu vou ser se eu escolher
O caminho cheio de flores e frutas,
E beijos e dores de partidas?
E gente que eu vou esquecer
E gente que eu vou querer
Passar os dias e as noites
Das paredes do quarto
Eu risco o meu retrato
Um recado do passado
Um reflexo do meu próprio estado
«——————————————»
«——————————————»
‡≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈‡
‡‡|| 5 de Janeiro, 2022 ||‡‡
‡≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈‡
˚·•«——————˚•·▼·•˚——————»•·˚
˚•˚•˚
«———«
• e p •
»———»
|—°·•_ SINDEMIA _•·°—|
«•————«•»————•»
«———————————————————»
FALSO POSITIVO
«—————»
Diante da doença o médico oportunista
Placebo e veneno distribuiu
Colapso pra se aproveitar
Na fé se escorar
Agora é só empurrar
Os
falsos homens de bens
Enganam outra vez
O trabalhador
encurralado e sem voz
Direitos traídos por links e farsas
Inimigos
inventados e depravados
No fim é espelho deformado
Os falsos
homens de bens
Enganam outra vez
Como viver nesse rancho feio?
O capataz vem e senta o reio!
«——————————————»
METANÁLISE
«—————»
Tem canalha que ganha dinheiro
Pra mentir pra você
Com embasamento retórico
Discurso retrógrado
Enquanto morrem os indios
Morrem os pobres
Hoje invertem a notícia
E é você que é mentira
O dado é elástico
Torce o fato até cair
A gota de merda
Que da boca tua vai sair
Continuam insistindo que você errou
Que é pra pular do barranco
Vai todo mundo cair
No buraco
«——————————————»
NEWS
«—————»
As mentiras que ainda vamos escutar
Pensamento crítico precisamos valorizar
Feridas antigas nunca cuidadas
Por tantos anos cutucadas
Reforçada a desgraça, a raiva cultivada
O resultado é essa farsa ultrapassada
«——————————————»
‡≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈‡
‡‡|| 8 de Outubro, 2021 ||‡‡
‡≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈‡
˚·•«——————˚•·▼·•˚——————»•·˚
˚•˚•˚
«———«
• e p •
»———»
|—°·•_GRANITO_•·°—|
«•————«•»————•»
«———————————————————»
TREM
«—————»
Sem saber eu peguei esse trem
E desse trem eu não pude fugir
Roda chão e vem
Aquele gatilho
No cheiro do café e cigarro na casa
Que eu não quero sentir
Sem saber esse trem me pegou
E no fim eu fiquei sem entender
O preço que eu paguei não compensou
Voltou o filho à casa com os cacos e os olhos inchados
Roda chão e vem
Aquele gatilho
No cheiro do café e cigarro na casa
Que eu não quero sentir
Por querer eu pulei desse trem
Eu não queria mais ser refém
Dos meus sentimentos que queriam fugir
E nos teus desejos água fria joguei e não me arrependo.
«———————————————————»
«———————————————————»
FOSCO
«—————»
Era eu voltando então
Acompanhado do luar
Caminho sem pensar
Nos tropeços vou me achar
Até outra fossa pular
Ou uma porta aberta entrar
De tudo aquilo que eu deixar
Pra trás não vou olhar mais
Meu ranço vou queimar
Os pesos vou tirar...
«———————————————————»
SKOLA JR
«—————»
Mais um busão
Coração na mão
Passou
Turbilhão
No fim sou só eu
«——————————————»
‡≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈‡
‡‡|| 24 de Junho, 2021 ||‡‡
‡≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈‡
˚·•«——————˚•·▼·•˚——————»•·˚
˚•˚•˚
«———«
• s i n g l e •
»———»
RUA
«≈«—≈•=—=•≈—»≈»
«———————————————————»
A vida vem
A vida vem e te da
Te da um murro
Bem no meio das ideias
E é você no chão
É assim que a gente aprende
Não adianta fugir
O murro vem.
«——————————————»
‡≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈‡
‡‡|| 1 de Junho, 2021 ||‡‡
‡≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈≈=•=≈‡
˚·•«——————˚•·▼·•˚——————»•·˚
˚•˚•˚